segunda-feira, 19 de abril de 2010

"MILITARES ATROPELADOS EM TANCOS"

Acidente na EN3
Maioria dos militares atropelados em Tancos já recebeu alta
04.12.2009 - 15:51 Por Lusa, Susana Almeida Ribeiro
A maioria dos 16 militares atropelados esta manhã na zona de Tancos já recebeu alta médica, avançou ao PÚBLICO o tenente-coronel Hélder Perdigão, relações públicas do Exército. O mesmo responsável confirmou que os recrutas não levavam coletes reflectores, mas salientou que um dos militares avisou o condutor, por gestos, da presença do pelotão.
Cinquenta e um militares, maioritariamente recrutas da Escola de Tropas Pára-quedistas da base militar de Tancos (distrito de Santarém), na casa dos 20 anos de idade, participavam num exercício de marcha e corrida. O exercício é normalmente levado a cabo fora do recinto militar da escola porque, de acordo com o tenente-coronel Perdigão, "a área é pequena para fazer este tipo de exercícios". Tendo saído da escola na direcção Oeste-Leste, o pelotão - que compreendia graduados e instruendos - ocupou uma faixa de rodagem da estrada, no sentido Tancos-Constância, porque era a única via de acesso a uma estrada de terra batida onde continuariam o exercício. Destacados do pelotão iam dois militares, um atrás e outro à frente, para avisarem os condutores da aproximação dos militares.Por volta das 07h00, o militar mais recuado gesticulou para um condutor de um ligeiro que se aproximava, pretendendo indicar-lhe que mais à frente seguia o pelotão. O condutor - identificado pela agência Lusa como José Filipe, que fazia o percurso Tancos-Praia do Ribatejo para fazer distribuição de jornais - desviou-se deste militar, tendo saído da sua mão. Foi quando voltou a entrar novamente na sua faixa de rodagem e abalroou os militares, causando ferimentos em 16."Estava escuro. Eles não vinham identificados com coletes nem com camisolas brancas. Tentei desviar-me, mas não consegui e apanhei o pelotão", explicou à Lusa José Filipe."As primeiras ambulâncias e as autoridades policiais a chegarem ao local podem comprovar que eles vestiam t-shirts e calças verdes. Eu bati na minha mão", acrescentou.Por seu lado, o Exército sublinha: “Centenas de militares andam nessa estrada todos os dias (...) Nunca houve problemas desta gravidade”, indicou o tenente-coronel Perdigão.De acordo com o comandante do destacamento de Torres Novas da GNR, o condutor foi submetido a testes para detectar a presença de substâncias psicotrópicas e álcool, que deram resultados negativos.Questionado sobre as razões de os militares não envergarem colete reflector, o tenente-coronel Hélder Perdigão indicou que "está a ser feita uma investigação interna". "Naturalmente que se o Exército achar que há alguma situação que tenha que ser corrigida no futuro, claro que iremos implementar as medidas que acharmos necessárias e adequadas para evitar que estas situações voltem a acontecer", disse.Os feridos receberam tratamento hospitalar imediato, tendo dois deles sido transportados de helicóptero para Lisboa - um para o Hospital de Santa Maria e o outro para o Hospital de São José. Estes dois homens têm "prognóstico reservado", de acordo com os mais recentes dados fornecidos pelo Exército.Ao início da tarde de hoje, um terceiro militar estava igualmente a ser transferido do hospital de Abrantes para o Hospital de Santa Maria, confirmou o Exército ao PÚBLICO. Este ferido, cujo estado não é considerado grave, "precisa de acompanhamento por parte do serviço de neurocirurgia". Outros dois homens deverão igualmente permanecer internados, um em Torres Novas e outro em Abrantes."Os restantes já tiveram todos alta e dois estão em fase de pré-alta", esclareceu ainda o tenente-coronel.O Exército está disponível para fornecer "todo o tipo de apoio" aos 16 militares que foram atropelados em Tancos, indicou o relações públicas do Exército.No polígono militar de Tancos funcionam a Escola de Tropas de Pára-quedistas, o Comando da Brigada de Acção Rápida e a Escola Prática de Engenharia, com mais de 2000 militares.

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